"More than a stunning debut. It is the announcement of a bold new literary voice"
—Stephen Chbosky, author of The Perks of Being a Wallflower

Como saber?

A ideia de ser a certeza de alguém, me apavora. Eu não sou nem minha própria certeza.

Acabei de reparar que agora o Deck voltou a ser a nossa chácara, o nosso cantinho com Nescau tarde da noite, como se tudo fosse uma operação secreta. Quem diria que tudo acabaria num curto-circuito, e dessa vez sem pipas alegres no poste. Nem rostos pálidos sabendo da enrascada que tinha surgido. Nem você aqui para dizer que vai ficar tudo bem.

Eu estou apavorada. Não quero perder algo tão bom, alguém que faz eu me sentir como ninguém no mundo. Tenho medo de que ninguém me olhe com aqueles olhinhos e diga o quanto gosta de mim. Tenho medo que nem o corpo mais quentinho consiga me aquecer nas noites frias. Tenho medo que nenhum abraço seja como o dele e eu nunca mais seja consolada. Tenho medo que um outro aceite a minha pirraça no primeiro momento e tudo se acabe sem tentar.

Tenho medo de tentar e não conseguir. E não ser a pessoa certa. E ser tarde demais.

Ele me lembra você. E dói tanto deixar isso para trás. Porque o bom é bom, mas o ruim é ainda pior. E eu não sei quando é a hora de pisar no freio. Não sei tentar sem calcular todos os riscos. Eu aprendi a me arriscar com ele e valeu cada segundo. Cada viagem, cada paisagem, cada carinho e cada tentativa. Talvez as coisas funcionem, assim como funcionaram até hoje. Talvez eu só deva acreditar no que ele diz e não deixar minha cabeça vencer dessa vez. Eu posso ser a pessoa certa?

Como saber?